Duas mulheres com mais de 80 anos, que apoiam os mais carenciados na favela Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, são os rostos das notas da moeda local que começou a circular esta quinta-feira na comunidade.
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Benta Neves do Nascimento, fundadora de uma organização não-governamental que hoje apoia mais de 300 moradores da Cidade de Deus, é a figura na nota de cinco CDD, nome dado à moeda em circulação, desde ontem [quinta-feira], no comércio interno de uma das mais conhecidas favelas do Rio de Janeiro.
Um nome que não é mais que a sigla de Cidade de Deus (CDD).
«A nota ficou linda! Mas não é pela nota. A alegria é pelo prazer de ver a mudança, a modificação da comunidade», afirmou dona Geralda, a outra mulher com mais de 80 anos, que dedica a vida a ajudar os mais carenciados no bairro, localizado na zona oeste do Rio de Janeiro e cujo rosto está estampado na nota de 1,00 CDD.
Criada na década de 1960 como um complexo habitacional popular, a Cidade de Deus passou por um longo período de degradação enquanto esteve dominada por traficantes, que denegriram a imagem de toda aquela zona.
A comunidade, que recebeu a visita do presidente norte-americano Barack Obama no início deste ano, foi pacificada há dois anos e meio e esta quinta-feira passou a ter um Banco Comunitário, que trabalhará com uma moeda própria e oferecerá empréstimos a juros mais baixos para os moradores.
O objectivo do Banco Comunitário é estimular o consumo interno e garantir que o dinheiro permaneça no bairro, para impulsionar a economia local e a criação de novos empregos.