
NASA
O corpo celeste ficou a 140 mil quilómetros do planeta vermelho. Equivale a menos da metade da distância entre a Terra e a Lua. A próxima passagem só acontece daqui a 1 milhão de anos.
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Foi um encontro raro. Acontece a cada um milhão de anos. O cometa Siding Spring quase "raspou" no planeta Marte, no passado domingo, segundo conta a revista Veja.
Descoberto pelos cientistas em janeiro do ano passado, o corpo celeste ficou a uma distância de 139.500 quilómetros do planeta vermelho, ou seja, a menos da metade da distância entre a Terra e a Lua.
Além disso, a aproximação é dez vezes menor do que a de qualquer cometa já identificado que tenha passado pela Terra.
Para a comunidade científica foi um momento de celebração. Os astrónomos tiveram uma oportunidade única de estudar a sua influência na atmosfera de Marte. «É uma ótima oportunidade de aprendizagem», comemorou Nick Schneider, da missão da sonda Maven em Marte.
Para o investigador Gustavo Rojas, da Universidade Federal de São Carlos, a passagem do Siding Spring pode ajudar a testar a hipótese de que o material orgânico, ingrediente básico para o surgimento da vida, surgiu em regiões muito afastadas do Sistema Solar e tenha chegado à Terra "à boleia" de cometas e asteróides.
O cometa foi descoberto por Robert McNaught no observatório australiano Siding Spring e acredita-se que a sua origem remonte a biliões de anos numa região distante do espaço de onde partem cometas que "permanecem inalterados desde os primeiros dias do Sistema Solar", segundo a NASA.
O cometa viajou mais de 1 milhão de anos para fazer esta primeira paragem em Marte, e só irá regressar dentro de um milhão de anos, assim que completar uma volta ao redor do Sol.
Como medida de precaução, antes de o cometa entrar na órbita de Marte, a NASA reposicionou os satélites MRO, Odyssey e Maven, situados na órbita do planeta vermelho, para evitar danos causados pelos resíduos do Siding Spring.