
Comboios
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A maioria dos comboios deve ser suprimida hoje, no feriado de Todos os Santos. CP e maquinistas em greve fazem leituras diferentes dos serviços mínimos fixados pelo Tribunal Arbitral.
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O Sindicato dos maquinistas entende uma coisa, a administração da CP entende outra. Na prática, o que vai acontecer é que neste feriado 1 de novembro não vai haver circulação de comboios.
A porta-voz da CP, Ana Portela, sublinha na TSF que existem diversas decisões de tribunais arbitrais cujo conteúdo é contrário no que se refere à definição de serviços mínimos.
«O conselho da administração da CP, no respeito da lei e atendendo a que estas decisões são cumulativas, entende que basta existir uma decisão que decrete serviços mínimos para que a empresa seja obrigada a cumpri-los. Nesse sentido, procedeu à convocação dos trabalhadores para a realização dos comboios que fazem parte da lista de serviços mínimos decretados», afirmou.
Ora, a interpretação do Sindicato dos Maquinistas, liderado por António Medeiros, é diferente.
«Aquelas decisões arbitrais que refere tem a ver com outros trabalhadores e outros sindicatos que não o sindicato dos maquinistas», sublinhou António Medeiros.
Sucede que a empresa entende que as decisões são cumulativas e que, por isso, havendo uma decisão que obrigue a serviços mínimos ela sobrepõe-se.
Isto acontece porque há decisões diferentes para cada um dos sindicatos relacionados com os Comboios de Portugal.
«Naturalmente, que não sendo este o entendimento dos sindicatos e caso não se verifique a presença de trabalhadores necessários à realização destes comboios, não será possível efectuá-los», explicou Ana Portela.
«A não ser situações de emergência durante a greve, de dar sequência a comboios que tenham de chegar ao seu destino, não haverá comboios a circular», comentou António Medeiros.
Embora a administração da CP tenha convocado os trabalhadores para os serviços mínimos, o mais certo é não contar com comboios neste feriado.