Esta quinta feira, ao fim da tarde, o líder do PS, António Costa, vai passar por Paredes de Coura mas estes jovens parecem não estar na disposição de parar para o ouvir.
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Queixam-se da falta de oportunidades de trabalho e da ausência de políticas de apoio ao emprego, mas não acreditam nas promessas que têm escutado. A um mês e meio das eleições legislativas, os festivaleiros de Paredes de Coura parecem não se interessar pela política.
Esticados na relva ao sol, enquanto esperam pela noite, conversam sobre as bandas preferidas, os melhores concertos, perguntam por velhos amigos e conhecidos... E política? "Sou sincero, não é um tema pelo qual nutra especial atenção", confessa Miguel, 30 anos. Está a par das eleições legislativas, marcadas para dia 4 de outubro, mas a votar "será em branco". Porquê? "Estou desagradado com a classe política em Portugal, com a falta de oportunidades para os jovens e acho que a bengala discursiva de que estamos em crise não pode ser a desculpa esfarrapada para tudo e mais alguma coisa", explica.
Queixa-se dos cortes salariais, da falta de orportunidades de trabalho e da fraca política de apoio ao emprego. Egar, 25 anos, concorda. "Tirei licenciatura e mestrado, terminei há ano e meio e estou desde então à procura de emprego na minha área. Aqui ou no estrangeiro", revela. Patrick, 20 anos, gostava que a emigração não fosse uma única saída. "Mandar o pessoal para fora do país porque não há oportunidades aqui é sinónimo de falta de investimento e de respeito pelos jovens que dedicam o seu tempo e dinheiro a estudar". Da direita à esquerda, não encontra um único candidato que lhe inspire confiança. "Já tivemos antes deste um Governo de esquerda e que também não fez nada de positivo nesse campo", atira.