Fernando Alves, os antigos diretores da TSF David Borges, Carlos Andrade e José Fragoso, e o chefe de redação Manuel Acácio recordam Emídio Rangel.
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Fernando Alves recorda que a «paixão era a marca» de Emídio Rangel e que o fundador da TSF «não era um tipo de meias tintas», «nem comedido naquilo que dizia, embora fosse sereno quando o ambiente estava apaziguado à sua volta».
«Quando dava um arraso a alguém que tinha falhado ou quando se mostrava feliz com o sucesso de alguém começa por interpelar aquele a quem falava usando a palavra companheiro», lembra o jornalista da TSF.
Fernando Alves classifica Emídio Rangel como um «líder», mas «não incutia a ideia do chefe para quem é preciso termos reverência», uma ideia que não era muito do agrado do fundador da TSF. «Mostrava caminho», concluiu Fernando Alves, que concorda com a ideia de que Emídio Rangel era um «visionário».
O antigo diretor da TSF David Borges destaca Rangel como «uma figura marcante da comunicação portuguesa, talvez a mais marcante dos últimos 50 anos». Mais do que um fundador, David Borges considera que Emídio Rangel «foi o criador da TSF, que desenhou na cabeça primeiro e concretizou depois na prática a TSF».
Carlos Andrade, antigo diretor da TSF, não tem dúvidas. Emídio Rangel mudou não apenas o panorama da comunicação social em Portugal mas também as vidas de quem com ele trabalhou. O jornalista recorda o primeiro encontro que teve com Emídio Rangel, quando ainda trabalhava na Rádio Comercial, e lembra a capacidade de seduzir para os projetos em que se envolvia.
Carlos Andrade considera que o talento de Emídio Rangel conseguiria dirigir qualquer projeto de comunicação.
Também antigo diretor da TSF, José Fragoso descreve Rangel como «o acelerador de partículas, o catalisador da comunicação, contra a burocracia, contra o cinzentismo que havia no país na altura, contra o monopólio da rádio, porque só o Estado e a Igreja tinham rádios». Fragoso elogia ainda «o caráter inovador» de Rangel.
Já o chefe de redação da TSF recorda Emídio Rangel como uma «pessoa especial» e com «capacidade de nos convencer e de nos motivar».
Reagindo à morte do fundador da TSF aos 66 anos, Manuel Acácio lembra Emídio Rangel como um «homem muito apaixonado pela rádio e muito corajoso». «Sem medo de inovar, sem medo de ir contra preconceitos, sem medo de alterar aquilo que era habitual fazer-se» era a marca de Emídio Rangel, segundo Manuel Acácio.