Apesar de Portugal apresentar uma das taxas de mortalidade infantil mais baixas do mundo, uma pesquisa da Universidade do Minho mostra que essa taxa é fortemente afectada pelas desigualdades sociais.
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O estudo olhou para os dados oficiais dos últimos anos da mortalidade infantil até um ano e antes do nascimento.
Uma das autoras, Alice Matos, admite que Portugal tem uma das mortalidades infantis mais baixas do mundo, mas existem enormes desigualdades sociais.
«As crianças, num valor médio, não tem todas o mesmo risco de morrer, e há grupos da população onde as crianças correm um risco muito superior de morrerem, de nascerem mortas ou de morrerem durante o primeiro ano de vida», explicou.
Entre as mães com estudos universitários, duas crianças, em mil, morrem em média, antes de completar um ano de vida. Um número que sobe para 9,3 no caso das mães sem estudos.
«Sensivelmente cinco vezes mais riscos de morrer que se nascer numa família em que a mãe tem um curso superior. Da mesma forma, por exemplo, as crianças que nascem de famílias em que a mãe é activa, tem um trabalho, têm um risco de morrer que é duas vezes inferior em relação às crianças de mães inactivas», referiu a investigadora Alice Matos.
O facto de uma criança nascer numa família monoparental também aumenta o risco de morrer antes de fazer um ano.