No Dia Mundial da Fotografia, os fotojornalistas Alfredo Cunha e Daniel Rodrigues acreditam que a profissão está a passar por uma crise profunda, mas dizem que a fotografia vai acabar por sobreviver a todas as crises.
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O fotojornalista Alfredo Cunha explicou que o Dia Mundial da Fotografia serve para chamar à atenção para a qualidade da fotografia.
Filho e neto de fotógrafos, este fotojornalista cobriu o 25 de Abril, mas também a descolonização, tendo também feito trabalho fotográfico em muitos outros países ao longo de 43 anos de carreira.
«Não há nada no mundo que não seja testemunhado com fotografia e vídeos, mas o conceito de jornalista-cidadão é o como o taxista-cidadão ou o médico-cidadão. Não imagino ninguém a ser tratado como médico-cidadão», explicou.
Alfredo Cunha disse ainda ter experimentado «câmaras e tecnologias que nunca sonhei que pudessem existir e a facilidade de poder produzir fotografias com qualidade é muito grande».
«Acho que os problemas que a nossa profissão e o jornalismo e a fotografia em geral estão a passar vão ser ultrapassadas pela fotografia. Acho que a fotografia está mais pujante que nunca, apesar dos pequenos dramas que existem», concluiu.
Já Daniel Rodrigues, que venceu o prémio do World Press Photo na categoria de Vida Quotidiana, admite que a «fotografia do Instagram ou dos smartphones é rotina», mas diz que este dia serve para mostrar o trabalho que é feito a nível profissional.
O fotógrafo que se notabilizou pela fotografia das crianças a jogar à bola na Guiné-Bissau que lhe valeu o galardão do World Press Photo, diz que não recebeu nenhuma proposta de trabalho depois do prémio.
«Já estava à espera e sei que como está a situação a Portugal e no estrangeiro», acrescentou Daniel Rodrigues, que está certo que não lhe surgirá qualquer proposta de trabalho para já.