Golfinhos são capazes de reconhecer um membro da sua espécie após vinte anos de separação
Esta é uma das conclusões de um estudo que foi agora publicado numa revista cientifica e que recorreu ao assobio de 43 golfinhos de vários parques aquáticos.
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Esta foi a primeira vez que se recorreu a golfinhos nascidos em cativeiro, golfinhos que se separaram das mães há dezenas de anos e foram saltar para tanques bem longe do lugar de nascimento.
Mas dezenas de anos depois da separação eles reconheciam o assobio da assinatura materna.
O cientista gravou estes assobios, assinatura dos golfinhos, e depois levou o som para ser tocado à beira dos tanques onde se sabia que existiam golfinhos dessa família. E entre vários sons de assobios, os filhos mesmo adultos, iam até ao altifalante e respondiam ao som da mãe.
Uma resposta com o mesmo registo o que, para o biólogo do Zoomarine, Hélio Vicente, esta descoberta confirma teses já recolhidas em meio selvagem.
«Os golfinhos, contrariamente aos humanos, são especies acústicas. Ou seja, interpretam o mundo à sua volta e atuam em função dos sons que ouvem e emitem. Num local onde, a maior parte das vezes não há sons, é importante que estes animais saibam reconhecer alguns sons essenciais. E, neste caso, a forma como as mães e as crias comunicam é fundamental para a sobrevivência», explicou à TSF.
Deste modo, confirma-se o sentido matriarcal da sociedade dos golfinhos.
Este estudo, a publicar na edição de quarta-feira da revista Proceedings B, da Sociedade Real Britânica e conduzido por um investigador da Universidade de Chicago, mostra ainda que o assobio dos golfinhos permanece estável ao longo dos anos.