A ordem de prisão domiciliária para o ex-embaixador do Vaticano na República Dominicana partiu do próprio Papa Francisco. O polaco Jozef Wesolowski já está afastado do sacerdócio pela prática de pedofilia. Este é o primeiro caso de prisão no Vaticano de alguém suspeito de cometer este tipo de crime.
Corpo do artigo
O porta-voz do Vaticano confirmou que o Papa Frsancisco considera que «este caso grave deve ser tratado sem atrasos, com o rigor adequado e necessário, e com a total assunção de responsabilidades por parte das instituições do topo de Santa Sé».
Josef Wesolowski, de 66 anos, é acusado de abusar sexualmente de crianças na República Dominicana. Era conhecido pelos rapazes que trabalham como engraxadores ou outros pequenos biscates ao longo da marginal de Santo Domingo como "o italiano". De fato de treino e boné de basebol, passeava-se por ali ao fim do dia e costumava levar um deles até às rochas, à beira do mar, pagando-lhe para fazer alguma forma de sexo, de acordo com o New York Times.
Em 2013, Josef Wesolowski foi obrigado pelo Vaticano a regressar a Roma, depois de o seu caso ter sido denunciado. O julgamento em primeira instância do processo canónico levou ao seu afastamento da função clerical. Em Junho, o Vaticano anunciou que ex-núncio, que ficou num convento em Roma, iria ficar já numa situação semelhante à de prisão domiciliária. Mas a decisão só agora foi executada, e por vontade expressa do Papa.
O julgamento criminal é possível devido a alterações feitas no ano passado ao Código Penal da Santa Sé. Essa reforma permite que cidadãos do Vaticano e que trabalhem para ele, em Roma ou noutro qualquer lugar, respondam, qualquer que seja a sua função, à justiça do Estado católico.