Cientistas e decisores políticos de 22 países alertam para a necessidade de uma "intervenção urgente" na Antártida, uma das regiões mais sensíveis do mundo. O jornalista António Pinto Rodrigues falou com o cientista José Xavier, do Instituto do Mar da Universidade de Coimbra, a propósito desta iniciativa histórica.
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Por iniciativa do Scientific Committee on Antarctic Research [Comité Científico para a Investigação Antártica], 75 cientistas e decisores políticos reuniram-se, em abril, para definirem «as prioridades científicas para os próximos 20 anos» na região, que tem revelado «sinais de mudanças ambientais bastante rápidas e profundas».
Esta foi «a primeira vez que a comunidade Antártica internacional formulou uma visão coletiva, através de discussões, debates e votações» refere a Universidade de Coimbra, representada neste encontro pelo biólogo marinho José Xavier, do Instituto do Mar da UC.
Partindo de «inúmeras questões e problemáticas, os cientistas selecionaram 80 temas repartidos por seis grandes áreas científicas: definir o alcance global da atmosfera da Antártida e do Oceano Antártico; compreender como, onde e porquê a camada de gelo que se encontra na Antártida (ice sheet) perde massa; revelar a história da Antártida; aprender sobre como a vida na Antártida evoluiu e sobreviveu; observar o espaço e o universo; e reconhecer e mitigar a influência humana».
José Xavier é um dos 75 cientistas que querem saber mais sobre uma das regiões mais delicadas da Terra. Em entrevista à TSF, o investigador explica que para lá do degelo, outro perigo é a acidez da água.