A expectativa à volta do novo dispositivo da Apple, que hoje vai ser apresentado, lança algumas questões sobre as mudanças que a tecnologia provoca na sociedade. A TSF conversou com dois investigadores portugueses que antecipam as características dos aparelhos do futuro.
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O iPhone é o "telefone-esperto" mais vendido do mundo e os portugueses também entraram na onda, compram muitos e também desenvolvem aplicações para enriquecer o menu do dispositivo da Apple.
Tudo isto é alimentado por um poderoso marketing, mas resulta também de uma simplificação da tecnologia, é a opinião de Luís Correia, investigador do Instituto Superior Técnico.
«Há muito marketing envolvido, não conheço mais nenhuma marca de telemóveis ou mesmo de outros produtos em que as pessoas durmam duas noites ao relento para serem os primeiros a adquirir os produtos. Mas há também um maneira de olhar para o utilizador, de lhe facilitar a vida através de uma acesso muito fácil e de uma utilização muito simples da tecnologia», destacou.
Questionado sobre o futuro destas tecnologias, Luís Correia fala em telemóveis cada vez mais ligados à Internet e à localização através de satélite.
«O iPhone apareceu em 2007, se em 2005 alguém perguntasse o que ía ser dos telemóveis em 2010 duvido que muitas pessoas acertassem no prognóstico. A tendência é seguramente dos telemóveis passarem a ser dispositivos cada vez de acesso à Internet e com muitas aplicações de geolocalização», antecipou Luís Correia.
Também à TSF, Paulo Marques, um investigador português na área dos telefones cognitivos e que representa Portugal no Comité P1900 (um dos grupos mundiais que vai definir o funcionamento das redes móveis no futuro), diz que fazer chegar a banda larga a todo o lado é um desafio para ganhar na próxima década.
«A Internet de banda larga no futuro será com a água ou a electricidade. E sabemos da nossa experiência com o telemóvel que se estivermos no centro da cidade temos cobertura 3G, mas se estivermos numa periferia a cobertura cai para 2G», sublinhou Paulo Marques, acrescentando que «depois de termos banda larga é uma questão de imaginação para quem desenvolve as aplicações».
Entre as mudanças que se avizinham, este especialista em telefones de nova geração destaca a alteração do conceito de segurança.
«O que vai mudar é o nosso conceito de segurança. Se formos ver as experiências do que acontece no Facebook, aparentemente toda a gente gosta de publicar as suas fotografias e informações mais pessoais. Portanto, o conceito de privacidade vai evoluindo à medida que as sociedades avançam», alertou.