A polícia italiana fez buscas na residência do ex-presidente do Banco do Vaticano Ettore Gotti Tedeschi, no âmbito da investigação às suspeitas de corrupção na empresa de aeronáutica e defesa Finmeccanica, anunciou um procurador.
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Francesco Greco, citado pela agência noticiosa Associated Press, disse que as buscas, ordenadas pela Procuradoria de Nápoles, não estão relacionadas com o papel de Tedeschi como presidente do Banco do Vaticano e o banqueiro não é suspeito na investigação à Finmeccanica.
O procurador não deu informações sobre a razão das buscas à residência de Tedeschi em Piacenza, no norte de Itália.
Fontes citadas pelos 'media' italianos afirmaram que a polícia também fez hoje buscas nos escritórios do banqueiro em Milão.
As mesmas fontes asseguraram também que Tedeschi não está a ser investigado no caso Finmeccanica, mas que os procuradores esperam encontrar na sua posse documentos com informação sobre algumas operações da empresa, das quais teria alegadamente conhecimento pela relação com Giuseppe Orsi, presidente da empresa de defesa.
A justiça italiana está a investigar há meses alegações de que dirigentes da Finmeccanica criaram um fundo ilegal de dois milhões de euros para subornar partidos políticos com o objetivo de adjudicar contratos públicos na Europa e América do Sul para a autoridade italiana de controlo aéreo ENAV.
O ex-presidente da empresa Pier Francesco Guarguaglini está a ser investigado por faturação falsa e fraude fiscal e a mulher, Marina Grossi, presidente do conselho de administração da subsidiária da Finmeccanica Selex, está a ser investigada por faturação falsa e corrupção. Ambos negam as alegações.
Gotti Tedeschi demitiu-se da presidência do Banco do Vaticano a 24 de maio, depois de o conselho de administração do banco ter aprovado por unanimidade uma moção de desconfiança contra si.
Tedeschi está a ser investigado desde setembro de 2010 por suposta violação das normas contra o branqueamento de capitais no Banco do Vaticano. O diretor-geral do Banco, Paolo Cipriani, também está a ser investigado.
Os dois dirigentes não são suspeitos de branquearem dinheiro, mas de omitirem movimentações de fundos de um total de 23 milhões de euros.