O Sindicato da Poesia, uma associação cultural de Braga, tem vindo a ensaiar, nos últimos dois meses, as "Janeiras Be(M)nditas", num formato que reinventa a tradição do cantar das Janeiras.
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O grupo de 16 pessoas apresenta-se como um coro a quatro vozes. Mas são vozes faladas, esclarece António Durães, ator e encenador, que vão "dizer" as Janeiras.
«Há uns anos atrás resolvemos recitar as janeiras e não cantá-las como tradicionalmente é feito. Fizemos a experiência e foi muito divertido. Sobretudo porque havia sempre muito Vinho do Porto nas casas das pessoas», revela António Durães, do Sindicato da Poesia.
Este ano, a associação decidiu recuperar a ideia e ensaiar um novo espetáculo construído a partir da irreverência da escrita de Alberto Pimenta e com textos de António Gedeão, Miguel Torga e Manuel Alegre (solos).
«É um trabalho exigente porque temos que estar muito aprumados para conjugar vozes, palavras e, sobretudo, entrar nos momentos certos. É um coro que não canta, é um coro que diz», explica Manuela Martinez, um dos elementos do grupo. João Figueiredo acrescenta que «é quase cantado, mais rítmico (do que um recital de poesia), quase como se fosse um coro de gospel».
De porta em porta, as "Janeiras Be(M)nditas" arrancam para a estrada esta segunda-feira e vão decorrer até dia 24 de janeiro. Vão passar por casas particulares, sobretudo, mas também por quatro espaços públicos: PÊSTE Espaço Cultural (dia 21 às 23 horas), POP hostel (dia 22 às 21h45) e, dia 24, na Centésima Página (21h30) e no JUNO Café (23 horas).