O juri do Prémio Pritzker destacou o «trabalho voluntário pelos sem-abrigo e os desapossados em áreas devastadas por desastres naturais» feito por este arquiteto japonês de 56 anos.
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O japonês Shigeru Ban, conhecido pelo design moderno e pelos trabalhos humanitários, venceu o Prémio Pritzker 2014, o mais prestigiado galardão da arquitetura.
Em comunicado, o presidente do júri do Prémio Pritzker descreveu este arquiteto de 56 anos como sendo uma «força da natureza» e destacou o seu «trabalho voluntário pelos sem-abrigo e os desapossados em áreas devastadas por desastres naturais».
Em comunicado, Peter Palumbo assinalou ainda que Shigeru Ban mostra uma «ênfase por materiais e tecnologias de alta qualidade», tem curiosidade total e empenhamento», demonstra «inovação sem fim, um olho infalível e sensibilidade apurada», qualidades que o fazem digno do «Panteão da Arquitetura».
Shigeru Ban, o sétimo nipónico a receber este prémio e o terceiro do seu país a receber o galardão em cinco anos, é conhecido pelo uso de designs económicos e leves nas suas obras.
Entre estas estão o Centro Pompidou, em Metz, e a Catedral de Cartão, em Christchurch, na Nova Zelândia, tendo o juri destacado ainda a Casa da Cortina, em Tóquio, e a Casa Nua, em Saitama.
Este arquiteto foi o primeiro a projetar abrigos de baixo custo feito a partir de materiais reutilizáveis, como tubos de papel, para os refugiados do conflito no Ruanda, em 1994, que evitou o abate de mais árvores das florestas deste país africano.
Para ajudar os afetados pelo terramoto de Kobe, no Japão, em 1995, Shigeru Ban utilizou caixas de cerveja com a ajuda de tubos de cartão para construir casas de abrigo.
Após o terramoto em Fukushima, em 2011, o arquiteto levantou pequenas divisões nos ginásios que acolheram as vítimas desta catástrofe com a ajuda de tubos de cartão e tecido para que as pessoas pudessem ter alguma privacidade.