O presidente do Governo Regional da Madeira admitiu, contudo, algum voluntarismo a mais e criticou as «canalhices» de quem se aproveita da situação para fazer política.
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Alberto João Jardim negou, esta segunda-feira, a falta de coordenação nas operações de ajuda depois das enxurradas do fim-de-semana na Madeira, mas admitiu que tenha existido algum voluntarismo a mais.
«O governo dá as instruções às entidades que deve dar e no meio disto não pode aparecer um cidadão isolado, só porque pertence a esta ou aquela corporação, a difundir boatos», considerou, recusando a existência de falta de coordenação, mas apontando «actos individuais de pessoas que gostam de se fazer importantes».
Em entrevista à RTP, o presidente do Governo Regional da Madeira disse que aquilo que mais o preocupa é a sorte das pessoas ainda desaparecidas, receando que o número de desaparecidos se venha a «transformar num aumento do número trágico de perda» de vidas.
Alberto João Jardim admitiu que os corpos dos desaparecidos podem ter sido arrastados para o mar.
Quanto às críticas feitas à falta de Ordenamento do Território, Jardim contestou-as falando em «canalhices que foram ditas por gente que não tem vergonha na cara e que se aproveita desta situação para fazer política».
«Vou continuar a fazer exactamente como fiz até agora», assegurou, lembrando, por exemplo, se se não tivesse canalizado as ribeiras da Madeira, «hoje a baixa do Funchal não existia».
O presidente do governo da região da Madeira respondia assim a alguns especialistas, para quem o estreitamento das ribeiras potenciou a violência das enxurradas.
Nesta entrevista, Jardim voltou a insistir que a declaração da calamidade pública seria negativa para a imagem da ilha no estrangeiro.
As autoridades regionais estão de resto empenhadas em não perder turistas. A porta-voz, Conceição Estudante, anunciava na segunda-feira que o Governo não vai desistir de nenhuma das iniciativas turísticas que estão previstas para os próximos tempos.
Entre as vítimas do temporal há um turista, uma cidadão britânica que foi apanhada pela força da água.