O Cinema Ideal, em Lisboa, abre quinta-feira com a estreia em sala do premiado filme de Joaquim Pinto «E agora? Lembra-me», com a presença do realizador.
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«E Agora? Lembra-me» é uma reflexão sobre o tempo e a memória, as epidemias e a globalização, a sobrevivência além do expectável, a dissensão e o amor absoluto, de acordo com a apresentação da obra, que a define também como o caderno de apontamentos de um ano de ensaios clínicos com drogas tóxicas e ainda não aprovadas para o vírus da hepatite C, a que o realizador se sujeitou.
O filme estreou internacionalmente no Festival de Locarno, onde venceu o Prémio Especial do Júri e o Prémio da Crítica Internacional (Fipresci). Desde então, já foi apresentado em mais de 20 festivais, tendo ganhado vários prémios, como o Grande Prémio Cidade de Lisboa no DocLisboa, o Prémio de Melhor Filme no Festival de Valdivia e o Grande Prémio nos Encontros Internacionais do Documentário de Montréal.
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Na quinta-feira, entre as 19:00 e as 21:00, e ainda antes da exibição do filme, o Cinema Ideal abre portas para receber todos quantos apoiaram o projeto da Midas Filmes, como a Associação Mutualista Casa da Imprensa, a Câmara de Lisboa e duas instituições bancárias, entre outros.
Na sexta-feira, a sessão das 21:15 do filme de Joaquim Pinto será apresentada pelo crítico e investigador António Guerreiro e, no sábado, também às 21:15, pelo crítico João Lopes, que falará sobre a obra do realizador.
Na segunda e terça-feira, a obra será apresentada pelo escritor e poeta José Tolentino Mendonça e pela realizadora Rita Azevedo Gomes, com quem Joaquim Pinto colaborou. No domingo, após a sessão das 15:45, haverá um debate com Maria José Campos, revertendo a receita dessa sessão para o Grupo Português de Ativistas sobre tratamentos de VIH/Sida - Pedro Santos.
A Cinemateca Portuguesa promove, de 2 a 6 de setembro, uma retrospetiva da obra de Joaquim Pinto, que vai permitir ver os filmes que assinou com Nuno Leonel, entre os quais «O Novo Testamento de Jesus Cristo Segundo João», estreado na última edição do Indie Lisboa.
A recuperação do Cinema Ideal, o mais antigo da capital - que já foi Salão Ideal, depois Cinema Ideal, Cine Camões e Cine Paraíso - foi anunciada em dezembro do ano passado, pelos promotores, a Midas Filmes e a Casa da Imprensa.
A partir de sexta-feira, as primeiras sessões diárias do Cinema Ideal vão ser repartidas com a versão digital restaurada de «A Desaparecida», de John Ford.
Está igualmente prevista a estreia, a 11 de setembro - mês em que o Cinema Ideal cumpre 110 anos -, do filme «Os Maias», de João Botelho, na versão longa de realizador que, segundo o responsável da Midas Filmes, Pedro Borges, será um exclusivo do Cinema Ideal.
O Cinema Ideal, localizado na rua do Loreto, à praça Camões, entre o Chiado e o Bairro Alto, tem perto de 200 lugares, uma cafetaria, uma livraria e vai estar aberto cerca de 14 horas por dia. Ao fim de semana terá sessões para famílias.