Um jovem de 23 anos, de Penafiel, finalista de agronomia em Coimbra, investiu mais de 100.000 euros numa exploração de vinha e de milho para provar que a agricultura tem futuro em Portugal.
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«Sonhei, desde pequeno, estar ligado à área, primeiro como veterinário e agora isto», disse à Lusa, enquanto mostrava, orgulhoso, a sua exploração em S. Mamede de Recesinhos.
«Os terrenos são dos meus pais, mas o investimento que aqui vê foi idealizado por mim», contou.
Filho de lavradores ainda no ativo, Luís Landreiras acredita que Portugal, em especial a região norte, tem grande potencial agrícola, convicção que, frisou, tem consolidado na formação académica, em engenharia agrónoma, que está quase a concluir.
«Sempre ouvimos, aqui na terra, que a agricultura era empobrecer alegremente. Lá [na faculdade], o primeiro impacto é que a agricultura é importante para o nosso país e para o mundo. Isso abriu-me os olhos e a perspetiva de uma vida ligada a isto», afirmou.
«Podemos ser autossuficientes em grande parte das coisas», lembrou, criticando que o país ainda tenha apoios à não produção, obrigando à importação e ao abandono dos terrenos férteis.
Sentado no trator, alertou, preocupado: «Hoje vemos terrenos abandonados, há fome e compramos tudo aos países estrangeiros».
Para provar que a agricultura também pode ser um "futuro risonho" para os jovens, Luís avançou com uma candidatura ao programa Vitis, num valor superior a 100.000 euros, para plantação de seis hectares de vinha, com as castas de vinho verde de melhor qualidade na região.
Decidiu não solicitar o apoio da banca, optando por pedir o dinheiro emprestado aos familiares, enquanto aguarda, por entre "um mar de papelada", receber a comparticipação.