O tratamento de Lixo é um negócio de milhões, e o cenário de privatização de muitas empresas em todo o país, decidido pelo governo, está a deixar em ponto de rebuçado as autarquias, que temem um aumento dos preços. No Porto, a Lipor existe há mais de trinta anos.
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Deu os primeiros passos em 1982 como Associação de Municípios com as autarquias do Porto, Espinho, Gondomar, Maia, e Valongo, depois juntaram-se Matosinhos, Vila do Conde e Póvoa de Varzim.
Narciso Miranda, um dos fundadores da Lipor - recorda que a situação era insustentável - «vários municípios não tinham onde pôr o lixo, eram autênticas lixeiras sem qualquer tratamento. Os autarcas entenderam que era necessário tratar de forma adequada o lixo das pessoas e as empresas».
As autarquias uniram-se, perceberam que juntas teriam mais força. «Prepararam os projectos, candidatarm-se a fundos comunitários (que foram fundamentais) e avançaram», explica.
Narciso Miranda acredita que o segredo do sucesso está no facto de esta ser uma empresa intermunicipal, sem intervenção do Estado.
A Lipor começou por funcionar no aterro de Ermesinde. Mais tarde decidiram criar uma nova central de tratamento de resíduos.
Ainda hoje o Serviço Intermunicipalizado de gestão de resíduos do grande porto está instalado na Maia. Serve um milhão de habitantes e produz cerca de 500 mil toneladas de resíduos por ano.