Um estudo que será, esta terça-feira, apresentado em Londres revela que a maioria dos muçulmanos na Europa sente-se discriminada. O desemprego é muito maior nesta comunidade islâmica e quando têm trabalho é na maior parte das vezes mal remunerado.
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O estudo de uma Organização Não Governamental, o Open Society Institute, resulta de um inquérito realizado no último ano em 11 cidades europeias, nenhuma portuguesa e revela que a segregação existe em várias áreas.
Os muçulmanos sentem-se marginalizados na habitação, nas escolas e na política. A saúde é uma excepção, a maior parte dos inquiridos no estudo do Open Society Institute não tem queixas nesta área.
O crescimento da população muçulmana na Europa é, segundo as conclusões, um dos maiores desafios para o continente e os líderes politicos são aconselhados a contrariar a segregação, apostando em estratégias que promovam o convívio entre muçulmanos e não muçulmanos.
A comunicação social e a polícia, diz o estudo, também tem contribuido para um tratamento discriminatório.
Na Europa quase 20 por cento da população muçulmana está desempregada, a taxa média de desemprego é um pouco inferior aos 7 por cento.
O estudo demonstra que a grande maioria dos muçulmanos está disposta a fazer um grande esforço de integração, 61 por cento tem um forte sentido de pertença ao país onde reside, mais de 70 por cento costuma votar e raramente se deixa seduzir por partidos de cariz religioso ou étnico.
Abdul Vakil, presidente da comunidade muçulmana, ouvido pela TSF, considera que em Portugal a realidade é diferente e que até podia servir de exemplo para a Europa, embora o nosso país não tenha sido incluído neste estudo.
Uma opinião igualmente partilhada pelo Sheik Munir, o imã da mesquita de Lisboa.