Mais de 40 mil mães desempregadas vivem sozinhas com os filhos

Há perto de 41 mil mães desempregadas que vivem sozinhas com os filhos. Os números constam do último recenseamento da população, feito em 2011, e revelam que 25 mil destes casos envolviam filhos que ainda eram crianças.

O número de mães desempregadas a viver sozinhas com os filhos disparou mais de 150% na última década (15 mil em 2001 para 41 mil em 2011). O mesmo aconteceu nas mães desempregadas que vivem sós com filhos que ainda são crianças (9 mil para 26 mil).

Um dos sociológos do Observatório das Desigualdades (ISCTE-IUL), Renato Carmo, recorda que neste tipo de famílias o risco de pobreza tende a ser bastante maior do que no resto da população, uma forte vulnerabilidade social que levanta grande preocupação no actual contexto de crise.

Para além dos casos de mães sozinhas desempregadas, são também cada vez mais comuns as famílias monoparentais em que apenas a mãe está presente mesmo que a trabalhar.

Em 2011, existiam perto de 416 mil famílias monoparentais com a mãe e um ou mais filhos na mesma casa, ou seja, mais 111 mil em apenas uma década.

Renato Carmo sublinha que esta será uma das razões que levou a pobreza infantil a crescer nos últimos anos e recorda que normalmente é a mulher que toma conta dos filhos e que tende, em comparação com os homens, a ter salários mais baixos.

Os dados do Instituto Nacional de Estatística revelam, aliás, que, em 2011, 28 por cento das famílias monoparentais com um ou mais filhos estavam em risco de pobreza, num número muito superior à média nacional para toda a população portuguesa (18%).

Em 2012, e por comparação com o ano anterior, houve também mais 569 em que foi solicitado ao Estado que assegurasse o pagamento das pensões de alimentos.

De acordo com dados facultados à TSF pelo Ministério da Solidariedade Social, no ano passado o fundo garantia de alimentos devidos a menores efetuou o pagamento a cerca 15.300 processos, num valor total superior a 25 milhões de euros.