Um homem e uma mulher foram hoje encontrados mortos pelas autoridades nas respectivas casas, na cidade de Lisboa, já em estado de decomposição, revelou à Lusa fonte da PSP.
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De acordo com a mesma fonte, a primeira ocorrência foi registada às 15h13, depois de vizinhos terem alertado para o facto de já não verem a moradora a idosa, de 87 anos, «há algum tempo».
A PSP deslocou uma equipa para o local e solicitou a ajuda do Regimento de Sapadores Bombeiros (RSB) para abrir a porta do apartamento situado na Praça General Vicente de Freitas, em Benfica, vindo a encontrar a idosa já morta, «em considerável estado de composição».
Segundo a PSP, o delegado de saúde que confirmou o óbito no local, a idosa já deveria estar morta «há cerca de duas semanas».
A idosa, cuja situação não estava sinalizada pela polícia, vivia sozinha e o único familiar que lhe é conhecido é um sobrinho que não reside na zona de Lisboa e que já foi alertado, disse a fonte policial, acrescentando que «não existiam no local sinais de qualquer crime».
O alerta para a segunda situação deu-se pouco tempo depois, às 15h47, também com a PSP a ser alertada por vizinhos para o facto de um dos moradores no prédio 128 da Rua de Marvila, na zona Oriental de Lisboa, já não ser visto «há bastante tempo».
Depois de auxiliados pelo RSB a arrombar a porta do apartamento alugado, os elementos da PSP descobriram o cadáver de um homem de 63 anos, «em estado muito avançado de decomposição», calculando o delegado de saúde, citado pela PSP, que estivesse já morto há cerca de um mês.
A fonte da PSP disse que também nesta situação não existiam quaisquer sinais de crime e que o idoso não tinha em casa nenhum documento de identificação, conseguindo as autoridades apurar a idade apenas por informações recolhidas junto dos vizinhos.
Desde o início do ano, e contabilizando os corpos hoje descobertos, eleva-se para 12 o número de idosos encontrados mortos nas suas residências, situações trágicas que lançaram para o topo da ordem do dia a questão do isolamento e a falta de apoio.
Estas situações levaram já o Governo, através dos ministérios da Segurança Social e da Administração Interna a celebrar um protocolo com instituições de solidariedade social, estatais e privadas, para detecção, sinalização e acompanhamento de casos que envolvam idosos em risco.