
Criança com sintomas de malária
Reuters
Uma longa pesquisa norte-americana concluiu que o número de vítimas da malária em todo o mundo é o dobro das estimativas da Organização Mundial da Saúde.
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Em 2010, morreram 1,24 milhões de pessoas, um número que corresponde ao dobro das estimativas da OMS.
Os novos números resultam de um estudo feito pelo Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME), em Seattle, nos Estados Unidos, que avaliou dados da doença nos últimos 30 anos, e que foi publicado no jornal The Lancet.
Foram introduzidos novos critérios, como a taxa de transmissão, o acesso aos cuidados de saúde, a resistência às drogas e a cobertura de redes contra mosquitos.
As conclusões mostram que o pico da doença aconteceu em 2004, quando morreram mais de 1,8 milhões de pessoas. Desde aí, o número de mortos tem vindo a baixar.
Mesmo assim, há dois anos, havia 1,23 milhões de doentes, o que leva os investigadores a dizer que a erradicação da malária é impossível a curto prazo.
O estudo revela também que, ao contrário do que os investigadores acreditavam, a malária não mata apenas os bebés e crianças com menos de cinco anos.
Vinte por cento das vítimas tinham idades entre os 15 e 49 anos e 15 por cento tinham mais de 50 anos.
Este dado vem deitar por terra uma convicção dos cientistas, obrigando a rever as medidas de prevenção.
Os autores do estudo defendem, por exemplo, que as redes contra mosquitos sejam usadas por toda a família e não apenas por grávidas e bebés.
O uso de insecticidas nas casas e uma nova combinação de drogas contra o mosquito da malária são outras medidas de prevenção.