Os mariscadores e viveiristas de Olhão estão indignados com a nova classificação para a produção de bivalves. Um despacho publicado recentemente reduz a área da Ria formosa, onde podem ser produzidos e apanhados moluscos bivalves para comércio direto. Várias centenas de pessoas juntaram-se hoje para acertar estratégias de contestação.
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Num plenário realizado esta quarta-feira, que juntou cerca de 500 pessoas, a palavra de ordem foi "insubordinação".
Desta forma, os profissionais decidiram convocar uma concentração para quinta-feira junto às instalações do Instituto de Investigação das Pescas e do Mar (IPIMAR), em Olhão.
Entretanto, o presidente da Câmara de Olhão pediu hoje ao primeiro-ministro para negociar com a União Europeia uma nova classificação para as zonas de produção de bivalves na Ria Formosa, lembrando que em causa está o trabalho de 2.500 pessoas.
«O senhor primeiro-ministro tem que agarrar neste assunto, porque este é um assunto que tem que ser tratado entre o Estado português e a Comunidade Europeia», afirmou António Pina, sublinhando que considera que o estado português «tinha a obrigação de ter feito mais».
Numa nota enviada à TSF, o gabinete de Assunção Cristas disse que a reclassificação que foi publicada tem por base leis comunitárias que assentam num princípio da precaução
e que promove a defesa da saúde pública.
O ministério da Agricultura e do Mar lembrou que, nos casos em que tenha de haver uma paragem temporária da atividade,
os mariscadores podem recorrer a um fundo de compensação salarial como garantia do rendimento familiar.