
Julian Mackay-Wiggan/PA
Ainda é uma experiência, mas com ótimos resultados. Três pessoas que sofriam de alopecia areata conseguiram recuperar o cabelo com um remédio indicado para doenças ósseas. Fizeram parte de um estudo desenvolvido no Columbia University Medical Center.
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São conhecidas como "peladas". Partes da cabeça perdem o cabelo e criam manchas de pele a olho nu. Este tipo de alopecia. alopecia areata, pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais frequente em adolescentes e jovens adultos e afeta duas em cada mil pessoas no Reino Unido.
Acontece quando o sistema imunológico ataca os folículos capilares, as estruturas produtoras dos fios de cabelo e dá origem a falhas irregulares que podem ser graves.
Para reverter esta situação, uma equipa de cientistas do Columbia University Medical Center desenvolveu uma experiência em que utilizou, em três pessoas, um fármaco normalmente utilizado para o tratamento de doenças da estrutura óssea, como a artrite reumatóide.
O tratamento demorou cinco meses. No final foi como se o tempo tivesse voltado para trás, quando todos tinham uma cabeleira normal. Quem não souber que estas pessoas foram submetidas a esta experiência, agora publicada no jornal "Nature Medicine" não imagina que um dia sofreram de alopecia.
A substância utilizada chama-se "Ruxolitinib" e foi administrada duas vezes por dia. Nos Estados Unidos e na Europa está indicada para doenças relacionadas com a medula óssea. Os três pacientes tinham perdido pelo menos um terço de seu cabelo, mas com a terapia ele cresceu de forma muito rápida.
Um dos investigadores, Raphael Clynes, disse «nós iniciamos os testes com três pacientes, mas se o tratamento se revelar seguro terá um enorme impacto positivo na vida das pessoas que sofrem desta doença».
Para o professor David Bickers, dermatologista da Universidade de Columbia, que tem tratado muitos pacientes com a doença, «já existem algumas soluções com eficácia comprovada para o tratamento da alopecia, mas este pode ser um grande passo em frente na melhoria do padrão de cuidados para quem sofre desta doença devastadora».
Satisfeita com os primeiros resultados obtidos, a equipa de cientistas norte-americana pretende testar o mesmo tratamento numa amostra mais ampla.