
Malala Yousafzai
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Malala Yousafzai, uma menina paquistanesa de 14 anos, foi hoje baleada no pescoço e na cabeça por extremistas talibã. O ataque aconteceu quando a jovem ia a caminho da escola.
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Malala vive no vale de Swatt, no Norte do Paquistão, uma zona onde os talibã conservadores têm imposto a lei da tradição, apesar do exército do país tentar manter a segurança.
Mas a jovem Malala Yousafzai, hoje baleada, tornou-se mundialmente famosa quando aos onze anos ergueu a voz contra o encerramento de escolas para meninas. Os talibã não gostaram, no entanto, ela continuou a falar e os talibã puxaram o gatilho.
O presidente e primeiro-ministro paquistaneses já condenaram o ataque dos talibã contra a jovem.
A TSF conversou, esta noite, com Adam B.Ellick, um jornalista do New York Times, que fez um documentário sobre a jovem paquistanesa.
Adam contou à TSF que conheceu «Malala em janeiro de 2009, dez dias antes de os talibã fecharem a escola dela. Era uma menina tímida e sossegada, mas ao mesmo tempo determinada em conseguir ter direito à educação, fosse lá nos confins onde vivia, fosse noutro sítio mais seguro».
Mas «com o passar do tempo, transformou-se numa pessoa muito mais comunicativa, capaz de falar em público», destaque o jornalista.
«Ela tinha 11 anos na altura, hoje tem 14 e a sua personalidade mudou imenso. Em parte foi por causa do apoio que recebeu depois do filme. Ela começou a receber personalidades internacionais em Swat Valley, aparecia na televisão, começou a dar conferências de imprensa, e sempre recebeu um enorme apoio do pai. Se juntarmos tudo isto, é fácil de perceber como é que ela passou a ser uma adolescente muito confiante nos últimos três anos», considerou Adam B. Ellick.
Questionado sobre se na sua opinião a pequena Malala teria noção de que estaria a colocar a própria vida em jogo, o jornalista defendeu que «quando uma menina de 11 anos diz que quer fazer política, não está consciente de tudo o que isso implica», muito menos no Paquistão.
«Mas ela é uma mulher incrivelmente esperta, quer dizer uma jovem. Ela sabe muito sobre o Paquistão. Malala e o pai passavam horas e horas a falar sobre política, sobre os talibã, e ela ouvia sempre tudo muito atentamente. Acho que de certa forma não ficou surpreendida com o que aconteceu hoje», revelou.
Na opinião do jornalista Adam B.Ellick «ela estava consciente, não quer dizer que estivesse à espera, mas a Malala é muito esperta e sabia que os talibã estavam na cidade dela e, sinceramente, ela sempre foi mais relutante em declarar vitória sobre os rebeldes do que o pai dela», conta.