O relatório anual da Amnistia Internacional indica que no ano passado chegaram à polícia menos queixas de violência doméstica mas o número de mortes aumentou, mais 14% que em 2009.
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No ano passado chegaram à polícia menos relatos de violência doméstica mas o número de mortes aumentou. Para além deste dado, o relatório anual da Amnistia Internacional volta a alertar para a investigação dos alegados maus tratos das autoridades.
O relatório volta, tal como em 2009, a citar os casos de Leonor Cipriano e Virgolino Borges. A Amnistia entende que não houve praticamente nenhum progresso, anos depois dos factos terem ocorrido.
Leonor Cipriano terá sido torturada por investigadores da Polícia Judiciária, em 2004 mas ainda hoje aguarda pela decisão do recurso que interpôs a contestar a absolvição de três investigadores da PJ.
O outro caso, de Virgolino Borges, tem mais de dez anos: Três agentes foram acusados de tortura mas o processo ainda não foi a julgamento.
O director executivo da Amnistia em Portugal, Pedro Krupenski, justificou na TSF a insistência nestes dois casos com o facto de a justiça ainda não ter dado respostas definitivas.
A propósito do facto de em 2010 ter havido menos queixas por violência doméstica, Pedro Krupenski admitiu que essa redução pode estar relacionada com falta de confiança no funcionamento da justiça.
A tendência, segundo a Amnistia, é para chegarem menos queixas de violência doméstica às autoridades policiais.
A Associação de Apoio à Vítima (APAV) tem resultados diferentes, revelando que no ano passado lhe chegaram mais queixas do que em 2009. O director executivo, João Lazaro destacou na TSF este sinal positivo.