
NATACHA CARDOSO / GLOBAL IMAGENS
O escritor moçambicano Mia Couto era a esperança da língua portuguesa para vencer a edição deste ano do prémio Man Booker International mas o húngaro László Krasznahorkai, outro dos dez finalistas, foi anunciado como o vencedor.
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Nascido em 1954, Laszlo Krasznahorkai é conhecido pelo romance "Satantango", adotado para o cinema por Bela Tarr, e "The Melancholy of Resistance". "É um escritor visionário de extraordinária intensidade e alcance vocal que capta a textura de existência atual em cenas que são terríveis, estranhas, terrivelmente cómicas e muitas vezes devastadoramente bonitas", elogiou Marina Warner hoje, durante uma cerimónia no Museu Victoria and Albert, em Londres.
Presidido pela escritora e académica Marina Warner, o júri do prémio MBIP 2015, constituído por escritores e académicos, integra a romancista Nadeem Aslam, a romancista, crítica e professora de Literatura Inglesa na Universidade de Oxford Elleke Boehmer, o diretor da revista New York Classics Series Edwin Frank e pelo professor de Literatura Árabe Comparada na Universidade de Londres Wen-chin Ouyang.
O prémio, criado em 2004 e no valor de 60.000 libras (83.500 euros), é atribuído de dois em dois anos, tendo sido atribuído no passado a escritores como Lydia Davis, Philip Roth, Alice Munro, Chinua Achebe e Ismael Kadare.
Ao contrário do "irmão" Man Booker Prize, o MBIP distingue um autor pelo conjunto da obra e importância a nível internacional e não se centra apenas num livro.
Esta foi a primeira vez em que um autor de língua portuguesa foi selecionado para a lista de dez finalistas, o que surpreendeu e honrou o próprio Mia Couto. "Recebo a notícia com surpresa, seria uma arrogância e de uma vaidade que não posso ter se dissesse o contrário, trata-se de um prémio com prestígio internacional", afirmou o autor de "Terra Sonâmbula" após receber a notícia em março.