Mil idosos vulneráveis e isolados de Lisboa vão receber telefones adaptados para emergências, ligados diretamente aos bombeiros e Proteção Civil. Uma iniciativa da Câmara Municipal de Lisboa e da Portugal Telecom (PT).
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O protocolo entre as duas entidades surgiu no âmbito do projeto de teleassistência a idosos, o "SOS", com base no número telefónico 800 204 204, e nos projetos de inovação da PT.
O ponto de partida foram os números de pessoas isoladas e os casos de idosos encontrados mortos em casa nos últimos meses, recordaram os responsáveis pelas duas instituições.
Os dados estatísticos que o presidente da autarquia, António Costa, destacou foram os das pessoas com necessidade de assistência de socorro, que este ano totalizam 1153.
«São mais de mil pessoas por ano que podem ser salvas», resumiu o presidente da autarquia, referindo que as respostas «chegaram tarde a 79 pessoas (número de pessoas encontradas mortas), mas foram a tempo para 1153».
Por seu lado, Zeinal Bava contou como as notícias de pessoas encontradas mortas em casa fez avançar o projeto de teleassistência na sua empresa, para evitar que a sociedade continuasse «desconectada».
O telefone da PT tem os números do teclado maiores que o normal, uma tecla que faz a ligação automática para os serviços de emergência e luzes para sinalizar a receção de uma chamada.
Duas teclas de gravação de dois números de familiares ou vizinhos impede que as pessoas «se sintam sós», acrescentou o presidente da PT na apresentação do equipamento, que inclui ainda um botão de emergência que os idosos podem utilizar até 30 metros de distância do telefone.
O vereador da Proteção Civil da câmara de Lisboa, Manuel Brito, relembrou que, por ano, são feitas 1400 aberturas de porta com socorro pelos bombeiros e que, entre 2010 e 2011, «disparou» o número de cadáveres encontrados.
«Em 2012 estavam a ser desastrosos», acrescentou o vereador, enumerando os mais de 70 casos e as 253 assistência médicas feitas até novembro deste ano.
Os novos equipamentos vão chegar aos casos identificados como mais urgentes e vulneráveis, em parceria com as juntas de freguesia, explicou a vereadora, notando que se «deu um passo para mil [pessoas], mas são precisos mais».
A linha telefónica "SOS" recebeu desde fevereiro 452 chamadas, a maioria do sexo feminino, com uma média de 78 anos, e por volta das 14h00.