O milionário chinês Liu Yiqian pagou hoje 13 milhões de euros, em Hong Kong, por uma jarra com 800 anos, última aquisição deste investidor, cuja missão é repatriar os objetos de arte oriundos da China.
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A jarra octogonal azul foi fabricada durante a dinastia Song do Sul, que reinou na China meridional entre 1127 e 1279.
A leiloeira Sotheby's, com sede em Londres, pedia sete milhões de euros pela jarra.
Liu Yiqian, antigo taxista que se tornou num investidor bolsista, é um dos homens mais ricos da China, e faz parte das novas fortunas chinesas que percorrem o planeta em busca de objetos de arte antigos.
Há um ano, o milionário de 51 anos comprou por 26 milhões de euros uma pequena taça Ming, valor nunca antes atingido por um objeto de porcelana chinesa.
Liu causou alguma comoção quando decidiu beber um chá na taça da era Chenghua (1465-1487), época em que a arte Ming atingiu o auge.
Em novembro, comprou uma tapeçaria em seda, bordada no Tibete no século XV, por 36 milhões de euros, também um novo recorde mundial. A peça, em vermelho e dourado, denominada 'thangka', em tibetano, data da dinastia Ming.
Liu Yiqian, presidente do fundo de investimento Sunline Group e proprietário do museu Long em Xangai, explicou que o seu objetivo é devolver ao país os objetos de arte chineses.
«O meu museu e eu próprio vamos participar em leilões quando encontrarmos belos objetos de arte», declarou no mês passado em Hong Kong, quando recebeu a tapeçaria tibetana.
O diretor do departamento de cerâmicas e obras de arte chinesas da Sotheby's, Nicolas Chow, disse que Liu bateu outros compradores.
O preço de venda excecionalmente elevado é sinal de um mercado saudável e uma procura robusta para as antiguidades chinesas, considerou Chow.
Hong Kong é um dos principais mercados de leilões, ao lado de Londres e Nova Iorque, devido sobretudo ao rápido desenvolvimento da economia chinesa.