
Ernesto Sábato
Reuters
Um dos símbolos maiores da literatura argentina faleceu, este sábado, aos 99 anos. Em 1984, foi galardoado com o Prémio Literário Cervantes.
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O escritor argentino Ernesto Sábato morreu este sábado, aos 99 anos, em Buenos Aires, em casa, onde permanecia recolhido desde há anos devido a problemas de saúde, informaram fontes próximas do autor.
Sábato, um dos últimos sobreviventes da grande literatura argentina, estava praticamente cego, mantendo-se retirado na sua residência em Santos Lugares, nos arredores de Buenos Aires.
Devido à cegueira, o autor foi obrigado, nos últimos anos, a abandonar a leitura e a escrita, e, nos últimos dias, uma bronquite tinha agravado o seu estado de saúde, disse a companheira, Elvira González Fraga.
Nascido em Buenos Aires em 1911, abandonou a carreira científica aos 40 anos para dedicar-se à literatura com a publicação da colectânea de ensaios "Uno e o Universo" ("Nós e o Universo").
O reconhecimento internacional chegou em 1961 com o livro "Sobre héroes y tumbas" ("Sobre Heróis e Tumbas") e depois a consagração, em 1974, com "Abaddón el exterminador" ("Abddón, o exterminador") que completam a trilogia iniciada com "El túnel" ("O Túnel") (1948), adaptada ao cinema em 2006.
Foi galardoado com o Prémio Literário Cervantes em 1984 e presidiu, em 1984 à Comissão Nacional sobre o Desaparecimento de Pessoas (Conadep), criada para acompanhar os casos de assassinatos na ditadura militar argentina dos anos 1970 e 1980.