Carlos Calvet chegou a participar numa exposição do grupo surrealista de Lisboa com o poeta Mário Cesariny em 1947 e esteve sempre muito ligado ao surrealismo.
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O pintor e arquiteto Carlos Calvet morreu, esta segunda-feira, aos 86 anos, adiantou uma fonte da família à agência Lusa.
Tido como discípulo de Almada Negreiros, Carlos Calvet chegou a participar numa exposição do grupo surrealista de Lisboa com o poeta Mário Cesariny em 1947.
«Começou a praticar surrealismo através de um tipo de arte espontânea e sempre a reter o culto da surpresa. Aí, já estava a fazer uma arte anti-académica, que praticou toda a vida, sempre muito fiel ao seu mundo interior», explicou Mário Rui Gonçalves.
Este crítico de arte recordou que Carlos Calvet «conjugou tendências que não se esperava como os percursores do surrealismo», como o italiano Giorgio Di Chirico, que «tentava fazer pinturas com estilo renascentista tradicional, mas distorcendo um pouco, o que provoca uma sensação inquietante».
Em declarações à TSF, este crítico classificou ainda as obras de Carlos Calvet como sendo de pop-metafísica, «uma mistura de Giorgio Di Chirico com o americano Lichtenstein».