Vasco Graça Moura, de 72 anos, era escritor, ensaísta, poeta e político. Morreu esta manhã, vítima de cancro, no Hospital da Luz, em Lisboa. O corpo do escritor vai estar hoje em câmara ardente na na Basílica da Estrela. O funeral será na terça-feira.
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Militante histórico do PSD, Vasco Graça Moura nasceu na Foz do Douro, a 3 de janeiro de 1942. Licenciado em Direito pela Universidade de Lisboa, foi advogado entre 1966 e 1983.
Após o 25 de Abril de 1974, aderiu ao PSD e depois disso exerceu os cargos de Secretário de Estado da Segurança Social (IV Governo Provisório) e dos Retornados (VI Governo Provisório). A partir de 1999, foi eurodeputado durante 10 anos no Grupo do Partido Popular Europeu.
Foi diretor da RTP2 (1978), administrador da Imprensa Nacional - Casa da Moeda (1979-1989), entre outros cargos. Mais recentemente, em janeiro de 2012, foi nomeado para a presidência da Fundação Centro Cultural de Belém (CCB) pela Secretaria de Estado da Cultura.
Pela sua obra literária, recebeu inúmeros prémios, entre os quais o Prémio Pessoa, o Prémio Vergílio Ferreira e o Prémio de Tradução 2007 do Ministério da Cultura de Itália, que distingue anualmente o melhor tradutor estrangeiro de obras italianas.
Vasco Graça Moura era uma das vozes mais críticas do Acordo Ortográfico.
No início do ano, foi homenageado na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, onde o Presidente da República, Cavaco Silva, o elogiou como «um intelectual no verdadeiro sentido do termo, um escritor que em vez de se refugiar nas alturas da criação artística, sente necessidade de vir a terreiro para comentar o quotidiano e dizer frontalmente o que pensa».
O corpo do escritor vai estar hoje em câmara ardente, a partir das 19:00, na Basílica da Estrela, em Lisboa, disse fonte da agência funerária.
Na segunda-feira, pelas 21:00, terá lugar uma cerimónia de homenagem ao escritor e poeta na mesma basílica, onde serão tocados suites para violencelo de Bach, havendo ainda lugar a um «apontamento de fado», segundo informações prestadas pela assessoria de imprensa do Centro Cultural de Belém (CCB).
O funeral está marcado para terça-feira. As cerimónias religiosas estão marcadas para as 10:00, iniciando-se com uma missa presidida pelo padre Tolentino de Mendonça, seguindo depois o corpo para o cemitério dos Olivais, onde será cremado.
As cinzas seguem depois para o Porto, de onde Graça Moura era natural.