Está prevista para esta segunda-feira a chegada a Marte da mais recente missão da NASA ao planeta vermelho. Para perceber a importância e os contornos desta missão, a TSF convidou o diretor do Observatório Astronómico de Lisboa, Rui Agostinho.
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A missão da NASA consiste em colocar no planeta Marte o rover Curiosity, do tamanho de um carro utilitário com 900 quilogramas de peso, bem como um grande conjunto de instrumentos científicos.
De acordo com o diretor do Observatório Astronómico de Lisboa, com esta missão pretende-se procurar vestígios de vida neste planeta, «eventualmente vida microbiana».
Segundo Rui Agostinho, durante dois anos um «carrinho vai percorrer a superfície de Marte» e vai «andar uma vasta área, a sítios específicos e tentar detetar a presença» de vida microbiana «através de fósseis».
O local escolhido para a aterragem é uma cratera «em que os estudos que já foram realizados apontam para a presença de barro», que está «ligado com a presença de água».
«Os vestígios geológicos que têm sido acumulados ao longo destes anos indicam alguma atividade dinâmica na superfície marciana, que é compatível com a existência de eventuais reservatórios de água ou de outro líquido qualquer», explicou.
Contudo, para Rui Agostinho, terá de ser «água, porque as estruturas geológicas à superfície de grande extensão só são compatíveis com água líquida que tenha existido no passado».
Este especialista lembrou ainda que a operação de aterragem muito complexa, uma vez que depois de entrar na atmosfera a 21 mil km/h a sonda que transporta o rover começa por abrir um paraquedas de 21 metros de diâmetro.
«O paraquedas irá abrir (e supostamente irá funcionar bem), mas a parte interessante será os «últimos segundos» onde o rover «será descido por um fio até à superfície», explicou Rui Agostinho, que disse que a primeira fotografia será feita pela câmara de trás.