
NASA
Uma cientista que nos últimos 20 anos tem estudado estruturas rochosas formadas por micro-organismos na superfície da Terra, encontrou muitas semelhanças em fotografias tiradas em Marte pela sonda Curiosity. É daí que resulta a hipótese que falta comprovar.
Corpo do artigo
A análise das imagens, captadas pelo veículo que a NASA pôs em Marte, revelam, diz Nora Noffke, a investigadora, intrigantes semelhanças entre o leito seco de um lago, batizado de Gillespie, e o que, cá na Terra, os cientistas classificam de estruturas sedimentares induzidas por micróbios.
Um artigo, publicado na revista "Astrobiology", dá conta das hipóteses a que Noffke chegou, comparando as imagens da sonda com outras captadas em locais tão distintos e distantes como a Alemanha, os Estados Unidos, a Austrália ou a Túnisia.
A cientista salienta as semelhanças entre as estruturas fósseis que constituem os mais antigos sinais de vida no nosso planeta, com quase 3,5 milhões de anos, e a morfologia que a Curiosity fotografou em Marte.
No entanto, a geobióloga da Universidade Old Dominion, no estado da Virgínia, é a primeira a ressalvar que essa similitude não basta para dar como certo que houve vida antiga em Marte. Ou seja, que aquelas estruturas rochosas foram formadas, há muitos milhões de anos, por organismos vivos.
Para que disso se faça prova definitiva, será necessário o regresso da Curiosity ao mesmo local para recolher amostras de rochas, que depois serão analisadas e comparadas com as da Terra.
Acontece que a realização dessa tarefa não está prevista. As imagens alvo de estudo foram captadas pela sonda em 2012 e hoje o veículo já está muito distante daquele local.