
Global Imagens/Tiago Villaverde
Esta semana é conhecida a decisão da UNESCO sobre a candidatura do cante alentejano a Património Cultural Imaterial da Humanidade, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura.
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A TSF viajou este fim-de-semana pelo Alentejo, a terra mãe deste cante. Os sonoplastas Alexandrina Guerreiro e Herlander Rui estiveram, sábado, em S. João dos Caldeireiros no concelho de Mértola.
Foi por lá que encontraram intérpretes do cante alentejano que é candidato a Património da Humanidade da UNESCO.
«Um canto coletivo, sem recurso a instrumentos e que incorpora música e poesia», é desta forma que a candidatura, promovida pela Câmara Municipal de Serpa/Casa do Cante, com o contributo da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, da Casa do Alentejo, da Confraria do Cante Alentejano e da Moda, apresenta o cante alentejano.
Na sua génese, o cante era sobretudo interpretado por classes trabalhadoras, consideradas rurais e camponesas no passado, mas que eram proto-industriais ou industriais, porque trabalhavam na agricultura com máquinas ou em explorações mineiras, como a de Aljustrel, onde, em 1926, foi criado o primeiro grupo coral, "Os mineiros de Aljustrel", refere ainda a candidatura.
O rigor do tempo, a dureza do trabalho, a «denúncia velada da injustiça social», o lamento pelo abandono da terra natal em busca de melhor sorte e, «em tom mítico, um amor incondicional à terra-mãe» são outros temas aludidos nas modas alentejanas.