É cada vez mais difícil captar o interesse das gerações mais novas pelas danças tradicionais portuguesas mas ainda há quem se disponha a aprender o vira minhoto. No Grupo Folclórico da Corredoura, em Guimarães, um grupo de crianças tem ensaios todas as semanas para aprender a dançar folclore.
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Neste Dia Mundial da Dança, a TSF foi conhecer a Mariana, o Romão, a Mara e o Francisco, quatro dos mais jovens elementos do Grupo. Vieram todos pela mão de familiares e foi com os mais velhos que aprenderam a gostar de folclore.
"Tenho aqui os meus avós, os meus pais e os meus irmãos. Eles ajudaram-me a que eu gostasse disto também", conta Mara Macedo, de 11 anos, integrada há cinco no Grupo Folclórico da Corredoura, um dos mais antigos do concelho.
A dança e os trajes são o que mais encanta as meninas. Maria habitualmente veste o traje de romaria, um vestuário colorido e com acessórios variados que adornam o bailado. As "saias e as camisas de linho, cordões (de ouro), chinelas, lenço na cabeça e xaile" são elementos obrigatórios.
Além da dança, os rapazes - Romão e Francisco - também aprenderam a tocar concertina e castanholas e entram ao despique nos cantares ao desafio.
Os ensaios são às quintas feiras, no fim da escola, e anseiam por participar nos encontros e festivais de folclore, dentro e fora do país.
Todos os anos lá aparecem mais uma ou duas crianças mas Henrique Macedo, presidente e diretor artístico do Grupo Folclórico da Corredoura, reconhece que é cada vez mais difícil manter as gerações mais novas no folclore.
"Quando vêm para o grupo, para além do gosto pela dança, pela música e pela tradição, fazem-no pela liberdade que isso representa. Passam a poder sair de casa para participar nos ensaios e nas atuações mas mais tarde, a partir dos 16 anos, quando se sentem mais soltos, é muito difícil prendê-los cá", confessa.
Além de novos bailarinos, considera Henrique Macedo, o folclore precisa de encontrar novos públicos. "No âmbito da Capital Europeia da Cultura - Guimarães 2012 participamos numa peça ["A Viagem"]da coreógrafa Filipa Francisco, que conciliava a dança contemporânea e as danças tradicionais, e foi um sucesso tremendo. E o caminho que temos de fazer também passará por aí", sugere Henrique Macedo.