Mais de 200 fotografias, oito anos de trabalho, 30 viagens pelo mundo e um filme de tudo isso chegam esta quinta-feira a Lisboa, para mostrar o último grande trabalho e a vida do fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado.
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A exposição fotográfica, à qual foi dado o nome de «Génesis» e que traz de novo a Portugal, após 15 anos, aquele que é dos mais premiados fotógrafos brasileiros, é apresentada hoje e inaugurada na sexta-feira, para estar patente até 02 de agosto, na Cordoaria Nacional.
Depois de conhecidos projetos sobre o trabalho ou as migrações, o autor passou os últimos oito anos a fotografar os últimos redutos naturais e humanos do planeta, da Antártida a África, Nova Guiné ou Indonésia, Estados Unidos ou Canadá, Sibéria e também Brasil, para apresentar 245 fotografias em grande formato.
Foram mais de 30 viagens, muitas delas filmadas pelo filho, Juliano Salgado, que, em conjunto com o realizador alemão Wim Wenders, fez um documentário chamado "O Sal da Terra", que hoje se estreia em Portugal.
O documentário teve estreia mundial no festival de Cannes do ano passado (com direito a menção especial do júri na secção Um Certo Olhar/Un Certain Regard) e mostra a vida e a obra de Sebastião Salgado. Em Portugal além das salas, vai ser disponibilizado em DVD e passar na televisão por cabo.
«O Sal da Terra» segue «o trabalho do fotógrafo Sebastião Salgado, que, nos últimos 40 anos, viajou por todos os continentes, na peugada de uma humanidade sempre em mutação e testemunhou alguns dos maiores eventos da nossa História recente; conflitos internacionais, a fome e o êxodo», diz, em comunicado, a produtora e distribuidora Midas Filmes.
No documentário, Sebastião Salgado explica que vê a fotografia como o trabalho de «esculpir com luz» e conclui, dos percursos de quatro décadas, através do mundo inteiro, que são as pessoas "o sal da terra".
Sebastião Salgado, 70 anos, nasceu em Minas Gerais e viveu em Paris, onde começou a fotografar. Trabalhou para agências de fotografia como a Sygma, Gamma, Contact ou Magnum e publicou o primeiro livro, «Outras Américas», em 1986. «Trabalhadores», a sua obra mais conhecida, foi publicada em 1993, e sete anos depois lançou «Êxodos», sobre as migrações.
Atualmente é embaixador da Boa Vontade da UNICEF e membro honorário da Academia de Artes e Ciências dos Estados Unidos.