Num parecer emitido esta terça-feira, a Organização Mundial de Saúde defende a regulamentação do uso dos cigarros eletrónicos, diz que são uma ameaça grave para adolescentes e fetos e pede a proibição urgente da venda de cigarros adocicados, com sabor a fruta ou bebidas alcoólicas.
Corpo do artigo
A Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou esta terça-feira um muito aguardado relatório sobre o uso de cigarros eletrónicos, no qual pede regulamentação urgente para o uso destes aparelhos e faz uma série de recomendações.
Neste relatório, a OMS defende que seja proibido fumar este tipo de cigarros nos espaços fechados, diz que são uma ameaça grave para os adolescentes e para os fetos e recomenda a proibição da sua venda a menores de idade.
«As provas existentes mostram» que os cigarros eletrónicos «não são simples 'vapor de água'», como argumentam frequentemente os fabricantes e o seu consumo em espaços públicos fechados deve ser proibido «a menos que seja provado que esse vapor exalado não é perigoso para quem está mais próximo», adianta a OMS.
De acordo com a OMS, existem provas suficientes para fazer uma advertência para «crianças, adolescentes, grávidas e mulheres em idade fértil» relativa às consequências a longo prazo que pode ter o consumo do cigarro eletrónico no «desenvolvimento do cérebro».
A organização defende que os cigarros electrónicos devem ser regulamentados de forma a controlar a emissão de substâncias tóxicas e faz um apelo para que seja proibida, com urgência, a venda de cigarros electrónicos adocicados, com sabor a fruta ou com sabor a bebidas alcoólicas.
A OMS pede às empresas que comercializam este produto que não façam publicidade com indicações de que os cigarros podem ajudar as pessoas a deixar de fumar, pelo menos até que haja prova científica e autorização dos reguladores de saúde nesse sentido.
Este relatório, que vai ser debatido pelos estados membros da organização em outubro, manifesta também preocupação com a concentração de um negócio de vários milhões de dólares nas mãos de empresas multinacionais.
Estas reservas da OMS são partilhadas pelo presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia. Ouvido pela TSF, Carlos Robalo Cordeiro insistiu na mensagem de que a única forma segura de quebrar o vicio é deixar de vez o cigarro.