O alerta consta do último relatório do Painel Intergovernamental da ONU, divulgado hoje no Japão. As Nações Unidas alertam para o risco de mais secas, incêndios florestais e inundações no Sul da Europa.
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Com base em mais de 12 mil estudos de 500 especialistas em todo o mundo, o documento é considerado um dos mais completos relatórios cientificos da história e mostra que o impacto das alterações climáticas vai ser profundo e irreversível.
Os eventos extremos, como as vagas de calor e as cheias, o aumento do nível do mar e as restrições à água potável são os riscos apontados ao Sul da Europa. O relatório da ONU avisa que esta é uma região onde mais se vão sentir os efeitos das alterações climáticas.
Com um clima mais seco e menos água nos rios, aumentam os riscos para a saúde, a energia, o turismo e a agricultura. A segurança alimentar é uma das preocupações vincadas neste relatório, com a previsão de uma queda nas colheitas de trigo, arroz e milho.
Os agricultores ou outros trabalhadores que trabalham ao ar livre, como os da construção civil, enfrentam também novos riscos. No Sul da Europa vai crescer o risco de incêndios florestais, com um aumento da área ardida e estações de fogo mais prolongadas.
Com o aumento das cheias, a ONU prevê também que em 2100, 5 milhões e meio de pessoas possam estar em risco no litoral da União Europeia.
O presidente do Painel das Nações Unidas, Rajendra Pachauri, alerta que está em causa a própria estabilidade social do planeta. A cada dia que passa, os riscos só aumentam, alerta a ONU, que pede medidas de vigilância e adaptação antes que seja demasiado tarde.
O relatório apresentado hoje pelo IPCC - criado pelo Programa das Nações Unidas para o Ambiente e pela OMM - analisa os efeitos das alterações climáticas atualmente e a médio (entre 2030 e 2040) e a longo prazo (2080-2100), tendo em conta um aquecimento global de entre 2 e 4 graus centígrados, baseado em projeções atuais.