
Director-geral da FAO, Jacques Diouf
Os países membros da FAO aprovaram, quinta-feira, uma declaração na Cimeira de Roma que os compromete a reduzir para metade o número de pessoas com fome até 2015, mas é tímida quanto aos subsídios e às bioenergias.
Os países comprometem-se a reduzir para metade o número de pessoas subalimentadas, «até 2015 o mais tardar», e reafirmam «as conclusões» das cimeiras sobre a alimentação de 1996 e 2002 «de atingir a segurança alimentar».
Cerca de 850 milhões de pessoas sofrem de subnutrição no mundo e a crise actual põe em perigo 100 milhões de pessoas suplementares.
No entanto, na terça-feira, o director-geral da Agência das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), Jacques Diouf, estimara que «com as tendências observadas (actualmente), este objectivo seria atingido em 2150 em vez de 2015».
Os países afirmam também que a alimentação «não deve ser utilizada como meio de pressão económica e política».
A declaração não menciona um compromisso concreto sobre os biocombustíveis, que dominaram os três dias de debates, e que os Estados Unidos e o Brasil, principais produtores mundiais, defenderam energicamente.
Os países contentam-se em apelar para «estudos aprofundados» sobre as bioenergias, para que elas estejam em conformidade com os princípios que regem o «desenvolvimento sustentável», sem abordarem a criação da instância de controlo ou de avaliação.