Em Havana, Bento XVI disse que a Igreja Católica «tem de contar com a liberdade religiosa que consiste em poder proclamar e celebrar a fé publicamente».
Corpo do artigo
O papa Bento XVI pediu, esta quarta-feira, às autoridades cubanas para «irem mais além» no respeito pela liberdade religiosa, numa missa celebrada em Havana no final da sua visita a Cuba.
«A Igreja vive para fazer beneficiar os outros da única coisa que tem e que não é mais que o Cristo. Para poder cumprir esta tarefa, ela tem de contar com a liberdade religiosa que consiste em poder proclamar e celebrar a fé publicamente», explicou o líder da Igreja Católica.
Nesta celebração, o Sumo Pontífice indicou ainda que «tem de se reconhecer com alegria que em Cuba que os passos que estão a caminho de ser cumprido são para que a Igreja leve a cabo a sua incontornável missão de exprimir publicamente e abertamente a sua fé».
«Apesar disto, é necessário ir mais além e desejo encorajar as instâncias governamentais da nação a reforçar o que já foi obtido e a avançar no caminho de um autêntico serviço do bem comum da toda a sociedade cubana», explicou.
Numa referência ao padre Félix Varela, figura-chave da ilha na sua luta contra o esclavagismo e o colonialismo espanhol e o primeiro evangelizador que ensinou a ilha a pensar, Bento XVI não deixou dúvidas.
«Cuba e o mundo precisam de mudanças, mas isto só acontecerá se cada um estiver em condições de se perguntar pela verdade e se se decidir a tomar o caminho do amor, semeando a reconciliação e a fraternidade», concluiu.
Esta missa foi realizada na praça José Marti, um dos heróis da Revolução Cubana de 1959, e contou com a presença de meio milhão de fiéis. No final da missa, o papa fez questão de chamar Raul Castro ao altar para o cumprimentar demoradamente perante a multidão.
A viagem de Bento XVI a Cuba é a primeira de um líder da Igreja Católica desde 1998, ano em que o papa João Paulo II fez uma visita histórica a esta ilha, que permitiu um maior espaço de liberdade religiosa no país.