
O papa pediu hoje na sua tradicional benção "Utbi et Orbi", na varanda central da basílica de São Pedro, que seja restituída a paz no mundo, referindo-se em particular a Síria, Sudão do Sul, Iraque, Terra Santa e República Centro-africana.
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Na sua primeira mensagem de Natal como papa, Francisco recordou que «as guerras destroçam tantas vidas e causam tanto sofrimento» e pediu na benção para a cidade e para o mundo que conceda a paz nos locais do mundo assolados pela violência.
O papa disse que «as crianças são as vítimas mais vulneráveis das guerras» e aludiu igualmente aos «idosos, às mulheres maltratadas e aos doentes».
Para a assistência de milhares de pessoas na praça de S. Pedro, o primeiro papa sul-americano referiu que o conflito na Síria, entre o regime de Bashar al-Assad e os rebeldes que o querem depor, gerou já «ódios e vinganças» e «destruiu muitas vidas».
«Rezemos ao Senhor para que o amado povo sírio se veja livre de mais sofrimentos e que as partes em conflito ponham fim à violência, garantindo o acesso ao acesso á ajuda humanitária», afirmou Jorge Bergoglio.
O papa também fez alusão ao conflito na República Centro-Africana, «frequentemente esquecido pelos homens», pedindo que «reine a paz também naquela terra, atormentada por uma espiral de violência e de miséria, onde muitas pessoas carecem de teto, água e alimento, sem o mínimo indispensável para viver».
O líder da Igreja Católica apelou ainda para "a concórdia no Sudão do Sul", país africano que obteve a independência do Sudão desde 2011 e no qual permanece um conflito armado.
«Que se converta o coração dos violentos, para que deponham as armas e empreenda, o caminho do diálogo», disse, dedicando ainda palavras para a Nigéria, «lacerada por contínuas violências, que não respeitam nem os inocentes nem os indefesos».
O papa manifestou ainda o desejo de que se chegue à paz na Terra Santa, que visitará no próximo ano.
«Bendita a terra em que Jesus veio ao mundo e faz com que se chegue a um feliz término as negociações de paz entre israelitas e palestinianos», declarou.
O papa frisou também que não se pode «esquecer» o Iraque, rezando para que «saiam as chagas da querida terra assolada por frequentes atentados».
Uma palavra também para «os deslocados e refugiados, especialmente no Corno de África e no leste da República Democrática do Congo» e para os emigrantes clandestinos que atingiram a ilha de Lampedusa, em Itália, a sua primeira visita como papa.
«Que os emigrantes, que buscam uma vida digna, encontrem hospitalidade e ajuda. Que não assistamos de novo a tragédias como as que vimos este anos, com muitos mortos em Lampedusa», afirmou.
O papa também rezou para que «o Menino de Belém toque o coração de quantos estão envolvidos no tráfico de seres humanos, para que deem conta da gravidade deste delito contra a humanidade».
E lembrou os «meninos sequestrados, feridos e assassinados nos conflitos armados e que são obrigados a converterem-se em soldados, roubando-lhes a infância».