Patriarca: Renovação da Igreja deve marcar celebrações do cinquentenário do Concílio Vaticano II
O cardeal patriarca de Lisboa, José da Cruz Policarpo, alertou hoje, em Fátima, que só é possível celebrar os 50 anos da abertura do Concílio Vaticano II «com o desejo ardente da renovação da Igreja».
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Na homilia da eucaristia da peregrinação de 13 de outubro, o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa disse que «não se trata, apenas, de recordar uma data do passado».
Segundo José Policarpo, «o relevo dado por Bento XVI a esta celebração quer sublinhar a atualidade do Concílio para a Igreja de hoje».
Citando o papa, o patriarca de Lisboa afirmou, perante milhares de peregrinos, que «o Concílio pode ser e tornar-se cada vez mais uma grande força para a renovação sempre necessária da Igreja».
Desde 1962, «o mundo mudou, mas essa mudança só agudizou a urgência da mensagem do Concílio: revigorar o ardor da Igreja, tornando-a mais capaz de anunciar a este mundo a mensagem cristã», frisou o cardeal português.
Na leitura que deve ser feita do Concílio, como «mensagem para a sociedade atual», devem ser tidos em conta dois elementos: «a nova evangelização e a renovação da fé», acrescentou.
José da Cruz Policarpo, que preside à última grande peregrinação do ano ao Santuário de Fátima, recordou que o papa João XXIII convocou o Concílio «porque procurava novos caminhos para evangelizar o mundo moderno».
Cinquenta anos depois, é tempo de «levar todos os cristãos a uma maior consciência da pertença à Igreja e do seu papel na evangelização, para que a Igreja, em que todos os membros, em todas as expressões e vocações, se sinta enviada a anunciar», disse o patriarca de Lisboa.
Neste contexto, desejou para os católicos «a inquietação da missão», para que possam descobrir «em cada circunstância o modo de anunciar».
Na peregrinação de sexta-feira e hoje, subordinada ao tema «Recebeste de graça, dai de graça», participaram mais de 160 grupos organizados de peregrinos, oriundos de mais de 30 países.
Nas celebrações de hoje, além do cardeal patriarca de Lisboa, participaram 26 bispos e 390 padres.