
Pescadores à porta da Docapesca de Matosinhos
Lusa
O peixe que se encontra armazenado no porto de Matosinhos vai ser entregue a instituições de solidariedade social, indicou António Macedo, do Sindicato de Pescadores do Norte. Já o armador José Festas diz que o protesto dos pescadores é uma reacção contra as palavras do ministro Jaime Silva.
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Os pescadores e comerciantes de Matosinhos concordaram em dar a cerca de uma tonelada de peixe que ainda se encontra armazenado na lota local a instituições de solidariedade social.
À TSF, o presidente do Sindicato dos Pescadores do Norte explicou que tem informação de que existe cerca de meia tonelada de peixe na lota e outra meia tonelada fechada nas câmaras frigoríficas.
António Macedo adiantou que logo que estas instituições apareçam esse pescado será entregue, tendo este sindicalista dito mesmo que até agradece que as instituições pareçam depressa para que os pescadores possam ir descansar.
Entretanto, José Festas, da Comissão de Armadores e Pescadores das Caxinas considerou que estas acções de bloqueios são uma reacção às palavras do ministro da Agricultura, Jaime Silva, que assegurou que não haveria falta de peixe no mercado.
«Queremos combater o senhor ministro quando ele diz que não vai faltar peixe no país. Se calhar no prato dele não vai, mas, no país, é garantido que a partir de segunda-feira não vai haver peixe», afirmou este armador, ouvido pela TSF.
Para José Festas, as palavras de Jaime Silva foram uma espécie de «manipulação» dirigida a alguns pescadores, no sentido em que o ministro defendeu que não haveria falta de peixe mesmo que os pescadores se recusassem a pescar.
José Festas mostrou-se ainda preocupado pelo facto de esta paralisação que se arrasta desde sexta-feira poder levar muitas pessoas para o desemprego e poder significar que muitas embarcações não voltarão ao mar.
Este armador deu mesmo o seu exemplo pessoal ao explicar que tem sete homens a trabalhar em cada um dos seusbarcos e outros 14 a trabalharem em terra para estas embarcações.
«Se houver uma paralisação que eu tenha de despedir os meus trpulantes estamos a falar não em 14, mas em 28. Posso dizer que o ministro não faz contas», adiantou José Festas, que diz que esta greve pode resultar no despedimento de 15 mil pessoas.