É debatida hoje em Lisboa a possibilidade de grupos de cidadãos independentes disputarem eleições legislativas e terem assento parlamentar. A petição que defende esta ideia recolheu quase 6 mil assinaturas num mês.
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Num tempo marcado pela formação cada vez mais frequente de grupos de cidadãos que, descontentes com a resposta dada pelos partidos políticos, querem constituir-se como alternativa na resposta aos problemas que afligem os portugueses.
Esta segunda-feira, em Lisboa, acontece um debate em que será feita a defesa da possibilidade desses grupos tambem disputarem as eleições legislativas, ganhando assim, eventualmente, a possibilidade de fazerem valer as suas posições no processo politico.
Paralelamente, o movimento que defende essa solução, Movimento Independente para a Representativa Eleitoral (MIRE), está a promover uma petição que no espaço de um mês já recolheu quase seis mil assinaturas, número suficiente para levar o assunto a discussão na Assembleia da República.
O porta-voz do MIRNE Pedro Martins diz que é preciso abrir São Bento à sociedade civil.
Sobre este tema, a TSF ouviu o politólogo Manuel Meirinho, presidente do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP), antigo deputado e com vários trabalhos publicados sobre participação política.
O investigador diz que esta proposta não faz qualquer sentido e não se ajusta à forma como está montado o sistema político português. Na prática, para se candidatar a uma eleição legislativa estes grupos de cidadãos independentes acabariam por funcionar como uma espécie de partido.
Manuel Meirinho sublinha ainda que as candidaturas destes grupos de cidadãos, que há vários anos são permitidas a nível autárquico, têm sido um falhanço.