A petição pretende que a Assembleia da República debata a sobrevivência da Cinemateca Portuguesa e encontre um quadro legal para assegurar o seu financiamento sustentado.
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Em declarações à TSF, o mentor da iniciativa e primeiro assinante da petição, o cineasta José Carlos de Oliveira, defende que a crise financeira não pode servir de desculpa para tudo.
«Mesmo nesta situação de crise que se abateu sobre a maioria dos portugueses, é particularmente agora necessário estarmos muitíssimo atentos a problemas como este que põem em perigo um acervo enorme e que é não só a memória de imensos realizadores, produtores, técnicos de cinema, como também a visão e a opinião de muitos realizadores desde o princípio do cinema», sublinha.
José Carlos Oliveira considera «indispensável» que o assunto seja debatido na Assembleia da República (AR), «de modo a que se encontre aí, no âmbito dos partidos, um quadro legal que permita financiar a Cinemateca e que não se esteja à espera da Lei do Cinema ou que as pessoas cumpram a Lei do Cinema».
Na terça-feira, a diretora da Cinemateca Portuguesa, Maria João Seixas, afirmou que a entidade corre o risco de fechar por falta de verbas. No dia seguinte, o secretário de Estado da Cultura assegurou, em declarações à TSF, que a Cinemateca não vai encerrar e que estão a ser asseguradas as medidas para garantir o seu funcionamento.
O orçamento da Cinemateca não depende diretamente do Orçamento Geral do Estado, mas provém da cobrança da taxa de 4 por cento de exibição de publicidade nas televisões, cujas receitas são repartidas entre aquele organismo (20 por cento) e o Instituto do Cinema e Audiovisual (80 por cento).