D.Manuel Monteiro de Castro recebe o anel e o barrete cardinalícios no consistório (reunião de cardeais presidida pelo Papa) que este sábado começa no Vaticano.
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A festa dos novos cardeais deste fim-de-semana poderá servir para amenizar guerras entre altas figuras da Santa Sé, uma instituição também aflita com a crise que toca as esmolas.
São quatro os dias deste consistório. Na sexta-feira, os conselheiros o Papa, membro do colégio cardinalício, entregaram-se a um tempo de oração e reflexão sobre a nova evangelização.
Este sábado de manhã decorre, no interior da Basílica de São Pedro, o rito da entrega do barrete e do anel cardinalícios, bem como a atribuição simbólica a cada um dos cardeais de uma igreja de Roma.
Após a celebração, presidida pelo Papa, o consistório prossegue com a análise de sete causas de canonização, com destaque para a primeira beata indígena norte-americana falecida no Canadá no século XVII. Para a tarde está marcado uma corrupio de visitas de cortesia aos novos cardeais.
Este domingo terá lugar uma nova missa solene com a presença dos cardeais recém-nomeados e na segunda-feira o Papa intervirá com um discurso que há-de apelar ao serviço destes cardeais.
Quando o consistório acabar, Portugal terá três cardeais, dois deles - D. José Policarpo e agora D. Manuel Monteiro de Castro - com direito de voto num eventual conclave para eleger um Papa-
D. Manuel Monteiro de Castro é das proximidades de Guimarães e na escola já se evidenciava a sua inteligência e determinação. Frequentou o seminário de Braga e foi ordenado padre em 1961.
O brilho de inteligência conduziu-o para Roma, onde ingressou na carreira diplomática que o havia de fazer correr, sobretudo as nunciaturas da América Latina, com destaque para as diligência de paz em El Salvador.
Há nove anos, com José Luís Rodríguez Zapatero à frente do governo espanhol, iniciou pontes de um diálogo difícil entre a igreja de Espanha e a Santa Sé, com os bispos espanhóis a louvarem-lhe a coragem e a sabedoria.
De trato fácil, D. Manuel Monteiro de Castro pensou, aos 73 anos, regressar à sua terra natal, mas Bento XVI chamou-o a um dos mais altos cargos do Vaticano, o de penitenciário-mor, que impôs a sua nomeação para o colégio cardinalício.