Um grupo de 36 laureados assinaram uma declaração conjunta na qual apelam a uma ação determinante contra alterações climáticas. Um alerta para a próxima Cimeira do Clima, a realizar em Paris em novembro e dezembro.
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A assinatura deste documento com cinco parágrafos foi impulsionada pelo astrofísico norte-americano Brian Schmidt. O texto é um alerta para a próxima Cimeira do Clima que a ONU realiza em Paris, no final do ano, uma cúpula climática que parece estar com as negociações congeladas ao contrário do planeta que está a a aquecer.
Na declaração dos Nobel reclama-se uma ação urgente para conseguir um acordo vinculativo na capital francesa, continuador do chamado "espírito" do Protocolo de Quioto. "Não agir implicaria colocar as futuras gerações humanas perante riscos imprevisíveis",apontam os cientistas no documento, advertido para o perigo de a humanidade estar às portas de uma "tragédia global".
Os cientistas dizem que os políticos tem que confiar no IPCC, o painel intergovernamental para as alterações climáticas, porque "as conclusões da comunidade científica contidas no último relatório do IPCC são alarmantes, face a um cenário de um aumento de médio da temperatura do planeta na ordem dois graus".
Com base na avaliação do IPCC, "o mundo deve fazer um rápido progresso em direção à redução do efeito estufa atual e futuro". "Acreditamos que as nações do mundo devem aproveitar a oportunidade da Conferência de Paris para tomar medidas decisivas no sentido de limitar as emissões futuras globais. Este é um esforço que exige a cooperação de todas as nações", dizem os Nobel.
Esta declaração em forma de apelo dos cientistas sucede à encíclica papal em que o papa Francisco apela à defesa do ambiente.
O encontro dos Nobel ocorre desde há mais de 60 anos, é de caráter informal e nesta ocasião terminou com uma declaração unitária. A última vez que o grupo fez uma declaração similar foi em 1955, no caso devida ao alerta do físico Otto Hahn sobre os riscos do uso com fins bélicos da energia atómica.