O bastonário da Ordem dos Engenheiros disse, esta sexta-feira, que com o crescimento das cidades, a preocupação com as temperaturas na construção das casas foi-se aligeirando.
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Num comentário a um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS), que revela que 44 por cento das famílias portuguesas com pelo menos um idoso em casa não têm capacidade financeira para mantê-la adequadamente aquecida, o bastonário lembrou que «a construção tradicional era baseada em paredes relativamente espessas».
«Veja-se o que acontecia nas concessões do Alentejo, da Beira e de Trás-os-Montes, que tinham uma espessura que atenuava um pouco os efeitos de umas variações climáticas bastante acentuadas no nosso país», disse.
Carlos Matias Ramos acrescentou que essa tradição foi-se perdendo e «começou-se a construir uma habitação dita ligeira, sem preocupações nenhumas e que permitia a construção em altura com custos relativamente reduzidos». «Mas este tipo de concessão é desajustada ao conforto», completou.
Nas casas mal construídas pouco há a fazer para garantir isolamento térmico, sendo apenas possível introduzir «paliativos» para evitar as perdas de calor, explicou.