O Parlamento Europeu vota esta quarta-feira a recomendação que defende criminalização dos clientes. Muitas prostitutas estão contra e dizem que fazem o que querem com o corpo.
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O Parlamento Europeu (PE) vota hoje uma recomendação que defende a criminalização e que se apliquem multas aos clientes das prostitutas.
Há fortes hipóteses do documento ser aprovado, apesar de ser criticado pelo Sindicato Internacional dos Trabalhadores do Sexo.
A recomendação defende um modelo que já se aplica nos países nórdicos onde a lei não ataca quem vende o corpo mas penaliza quem procura estes serviços.
O texto defende penas ainda mais graves para quem recorre a prostitutas com menos de 21 anos. Se for aprovado, não será de aplicação obrigatória nos países da União Europeia (UE).
A recomendação defende que esta é a melhor forma de combater o tráfico de mulheres e travar a exploração, mas a proposta levanta muitas críticas de quem trabalha na "indústria" do sexo.
Portugal não é exceção e várias prostitutas contactadas pela TSF não percebem as vantagens da proposta. O mesmo acontece com o Sindicato Internacional dos Trabalhadores do Sexo que defende que a iniciativa do Parlamento Europeu é uma ideia «realmente má» e pode afastar ainda mais as mulheres das polícias, escondendo uma realidade que já é pouco conhecida.
A Noruega é um dos países onde é proibido, há alguns anos, comprar serviços sexuais. Uma lei contestada pela Organização de Interesses das Prostitutas da Noruega. Astrid Renland explica que a mudança legal não alterou nada, na prática, e não evitou o tráfico e a exploração sexual.
Contactada pela TSF, a eurodeputada Marisa Matias, do Bloco de Esquerda, vai votar contra esta recomendação do Parlamento Europeu, que é apoiada pelo grupo politico a que pertence.